sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Conteúdos tendenciosos

Manipulação de conteúdo ligando o sobrenatural diretamente ao medo

Você já se deparou com um criador de conteúdo do nicho que você gosta, que claramente parece usar o tema para repercutir algo dentro de você?
Como se quisesse criar um envolvimento subliminar pelo seu emocional sem o seu consentimento?

Muitas vezes nos tornamos vulneráveis a conteúdos por se tratarem de temas do nosso interesse, por serem assuntos que nos incitam a curiosidade permitimos o envolvimento, porque definimos de antemão, como um passe mentalmente subentendido, que "Tudo referente àquele tema deve ser obtido!". Só que nem sempre esse tema é abordado do jeito que deveria, hoje em dia principalmente, os temas são "matéria-prima" para a criação de produtos, que são os conteúdos de mídia, criados para o nosso consumo. O algoritmo é o garçon trazendo mais daquele cardápio especial que escolhemos exatamente pelo tema, não importando quem está abordando o assunto, como ele é retratado, e com que tipo de intenção.

Isso tudo nós vivenciamos a cada dia, então eu não preciso ficar descrevendo os mecanismos das redes para tentar prender a nossa atenção e nos conduzir a variantes incessantes dos temas que escolhemos. 
Mas, eu precisava contextualizar sobre como me tornei seletiva com relação ao conteúdo que acesso, percebendo o impacto dele em mim.

Controle que não foi feito para ser usado


Como alguém que viveu uma juventude em um cenário bem diferente, onde basicamente a internet era algo que era acessado em lan houses, e não estava disponível o tempo todo na palma da mão, eu percebi que essa vivência de "modernidade conectada" aos poucos parecia afetar a minha visão de mundo, muitas vezes saturando as coisas que eu gostava, distorcendo e corrompendo a faixa de uso adequado para cada tema na minha vida. 

Claro, está na nossas mãos acessar ou não os conteúdos, mas justamente a facilidade da disposição escoa o nosso controle pelo dedos, e a impressão de se deixar de fora do assunto é um agravante silencioso que pode decidir por nós quanto tempo "precisamos" gastar nisso.

Então, ao longo dos anos eu percebi que é de crucial importância estar mais consciente com relação a quantidade e o tipo de conteúdo escolhido.
E, existe um ponto ainda mais delicado e ardiloso nesta questão, que eu só distingui mais explicitamente esses dias, que é a manipulação tendenciosa dentro dos conteúdos apresentados.

Priorizando o engajamento 


Parece que a pressão para a criação de conteúdo levou a um aprimoramento obrigatório dos influencers no domínio do público potencial. Como se, fazer um conteúdo de forma natural já não suprisse a demanda, exigindo uma comunicação mais engendrada, sugestionando o tema de uma forma a prender o público pelas emoções básicas, que são o medo, a alegria, a tristeza, a raiva, o nojo, e a surpresa. 

Dependendo do tema uma emoção dessa pode ser a mais trabalhada na comunicação. Os assuntos sobrenaturais e ligados a espiritualidade, principalmente no nicho de ocultismo e bruxaria tem uma tendência a seguir pela manipulação do medo, e assim envolver e prender o público nesse sentimento limitante. Então, procurar esses assuntos com mais atenção às entrelinhas ajuda a perceber quando ele está sutilmente induzindo a linhas de pensamento e sensações desnecessárias.

Autonomia na busca por conteúdo


Ser seletivo com os conteúdos não significa desconsiderar opiniões contrárias as suas em determinado assunto, mas ser mais exigente com a qualidade do mesmo. Porque um criador de conteúdo pode simplesmente expor o tópico em questão, dizendo o que acha disso, sem precisar incitar algo no processo.  

Muitas vezes não questionamos se existe uma intenção tendenciosa nos temas que gostamos, mas é justamente por estarmos dentro do público alvo que estamos suscetíveis a aceitar isso. É preciso estar atento para não cair em estratégias, se convencendo do que é apresentado, sendo que interiormente podemos reconhecer que aquela narrativa está nos tirando do eixo, nos movendo intencionalmente para a ansiedade e controlando o nosso próximo passo. É preciso estar consciente das camadas disso, separando o que são fontes confiáveis, analisando o conjunto do que é entendido e sentido, e principalmente o resultado disso em nós. 

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